15 de julho de 2011

Minha avenca

"[...] Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"


Caio F. Abreu

5 de julho de 2011

Porque foi necessário



"És o meu segredo ou eu sou o teu?"

Clarice Lispector



Por alguns meses eu acreditei piamente que você era uma semente que eu plantei sem muitas pretensões de ver crescer, mas que me pegou de surpresa quando eu "tive que abrir todas as portas para que você crescesse livremente", tomando todo o espaço disponível.
Durante algum tempo eu me senti aquecida e feliz com a sua presença, era tão bom dormir e acordar ao seu lado. Sentir seu cheiro exalando pelo quarto. Minha plantinha... tão linda quando sorria pra mim!
Mas o tempo passou, hoje vejo o quanto você cresceu. Tomou tanto espaço que me deixou sem escolha. Passou a me tomar o ar. Eu já não era mais eu. Já não sentia por mim, já não tinha vontades. Era por você, pra você.
Dizem que quando a gente se apaixona doa tudo que tem. Eu sou assim. Doei tudo que eu tinha; meu tempo, meus pensamentos, meu corpo, minha alma. Mas estar apaixonado, não é abrir mão dos próprios desejos, das próprias vontades. É dividir uma vida, um sentimento. Hoje eu vejo isso. Mas pra chegar a essa conclusão, precisei podar minha plantinha. Respirar um pouco de ar puro, pra clarear as ideias.
Vou continuar te regando sabe, não posso deixar que morra. Mas não vou cometer o mesmo erro deixando que cresça livremente, sem limites. Quando eu sentir que tá muito grande, corto um pouquinho aqui, um pouquinho ali...

Tô respirando aliviada!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...