21 de agosto de 2011

Debaixo do tapete


"Acreditar em esperança é abrir uma
janela bem no meio do seu desespero"
Vanessa Leonardi

Sempre acontecem coisas que me magoam mas eu acabo deixando pra lá, abstraindo. Isso não significa que eu superei, pelo contrário, elas ficam ali, aguardando o momento certo pra atacar. O momento em que eu estiver mais vulnerável, mais sensível.

É o que tem acontecido nos últimos meses. Talvez bombardeada soe um pouco dramático demais, mas é assim que eu tenho me sentido há algum tempo. Bombardeada. Pelos outros, pelos problemas dos outros, pelo egoísmo das pessoas, pela falta de honestidade e companheirismo, pela mesquinharia; coisas tão pequenas e insignificantes, mas que se acumularam e tomaram uma proporção gigantesca.
Eu fui enfiando tudo isso debaixo do tapete, como aquela sujeira que a gente tem preguiça de colocar pra fora.
Justamente hoje, eu passei pelo tapete e senti uma elevações estranhas, senti uma pontada no peito, como um aviso. Lembrei-me do que se tratava: todos os podres que eu havia enfiado ali embaixo com medo de encará-los ou apenas por achar que eram insignificantes demais pra encará-los. Um pequeno desespero se apossou de mim momentaneamente. E mais uma vez não tive coragem de levantar o tapete e colocar toda aquela porcaria pra fora dali. Tenho medo.
Medo de de encarar tudo isso. Não tenho condições de encarar tanta podridão, tanta sujeira. Fazer isso vai ser como abrir uma ferida para limpar. Vai doer e eu preciso estar preparada para a dor. E esse ainda não é o momento.

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